O Brasil é um dos países mais afetados pelos problemas gerados pelo assédio sexual no ambiente de trabalho. O número de denúncias vem aumentando e o descontentamento social é cada vez maior.
Estatísticas importantes a serem consideradas:
– Mais de 66 mil pessoas sofreram violência sexual no Brasil em 2021.
– 47,12% das mulheres de diferentes idades, raças e classes sociais afirmaram em pesquisas, já terem sido vítimas de assédio sexual no trabalho.
– 52% desse percentual são mulheres negras.
– 49% desse percentual são mulheres com baixos salários.
Fonte: Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Em julho deste ano, o jornal Inter Press Service publicou uma reportagem intitulada: “Assédio sexual, o drama que agrava a desigualdade trabalhista no Brasil”.
Nesse artigo podemos ver refletido o estado crítico da situação em relação à ocorrência de assédio sexual ocasionado no ambiente de trabalho, em detrimento tanto das relações interpessoais, quanto também do sentido de pertencimento com respeito à organização em que se trabalha.
Atualmente todos os setores econômicos (embora existam alguns que lideram os casos) são cenários habituais de assédio sexual, que não só geram conflitos nas vítimas, como também causam danos na reputação das organizações.
Esta situação gera muitos distúrbios e ruídos internos nas empresas, o que dificulta seu bom funcionamento, pelo qual é essencial reforçar os controles internos adequados de forma a detectar devidamente toda esta variedade de situações negativas.
Um caso emblemático que teve repercussão nos últimos tempos foi o da Caixa Econômica Federal, onde condutas impróprias geraram demissões de grande impacto na entidade e danos reputacionais gravíssimos no âmbito da mídia.
Referindo-se às estatísticas, segundo o Think Eva, centro de estudos e consultoria sobre questões de gênero, em situação de assédio sexual:
• A maioria das vítimas deixa seus empregos ou adoece.
• Uma em cada seis vítimas prefere pedir demissão e não denunciar o crime.
• 47,13% das mulheres entrevistadas sofreram assédio sexual.
• 59% das entrevistadas param de denunciar o assédio por medo de represálias. Um número menor o faz por vergonha, porque não confia na justiça ou porque presume que não vão acreditar nelas.
É importante destacar segundo dados obtidos recentemente que o setor bancário é um dos setores que mais registra assédio sexual, seguido do setor da saúde, principalmente nos hospitais.
Nesse sentido, são inúmeros os casos que materializam atos de assédio moral e sexual dentro das organizações que devem ser devidamente canalizados tanto para a saúde dos colaboradores que nela trabalham, quanto para o bom crescimento da organização.
As empresas devem implementar programas de atendimento a estes casos, além de planos de sensibilização, educação e divulgação de toda esta informação.
A implementação de um canal de denúncias ajuda a descobrir situações que antes permaneciam nas sombras e permite às organizações perceber em que áreas residem os maiores riscos associados a este flagelo e como seguir os planos de ação necessários para mitigá-los.